Dwarahat
Em Dwarahat, um vilarejo rodeado de montanhas, ficaremos hospedados no ashram mais isolado da YSS/SRF, de Paramahansa Yogananda. Será a oportunidade perfeita para aprofundar a nossa meditação, pois participaremos com os monges e demais devotos da programação de práticas espirituais do local. Conheceremos também as criancinhas indianas que estudam no ashram, com suas trancinhas, gorros e uniformes vermelhos, e desfrutaremos da alimentação simples, preparada com amor, que nos será servida a cada dia.
Nesse ashram vivenciaremos um pouco da austeridade dos eremitérios hindus. As acomodações são simples e é muito importante que o devoto que chega aqui esteja interiormente preparado e em sintonia com os tesouros espirituais com que poderá entrar em contato.
Esse é o momento em que atingimos os Himalaias! Por alguns dias desfrutaremos da espiritualidade e magnetismo de suas montanhas. Esse magnetismo é tão palpável que atrai continuamente inúmeros buscadores, de diversas correntes espirituais. Meditar nos Himalaias é uma aspiração presente no coração dos hindus, e o próprio Yogananda contou em sua Autobiografia sobre o seu grande desejo e as suas inúmeras tentativas de subir as montanhas desde quando ainda era um menino.

Percorrendo os passos de Yogananda, chegamos ao auge da nossa peregrinação — ao local onde Babaji trouxe novamente à luz a preciosa técnica de Kriya Yoga.
Em 1861, aos 33 anos, Lahiri Mahasaya foi transferido para a distante cidade de Ranikhet, nos Himalaias, devido a um “equívoco providencial”. Por dispor de muito tempo livre no escritório, Lahiri saiu um dia para uma caminhada nas montanhas e encontrou Babaji, o seu grande guru de vidas passadas que o aguardava.
Nas proximidades da caverna de Babaji, Lahiri foi iniciado em Kriya Yoga. Como relatado na Autobiografia, esse acontecimento foi auspicioso não somente para Lahiri Mahasaya mas para toda a raça humana. Ele recebeu a missão de revivificar e transmitir a perdida arte da Kriya Yoga a numerosos buscadores sinceros.

Visitaremos esse local sagrado, origem da linhagem de mestres de todos os Kriyabans do mundo — lugar de místicas experiências e profundas revelações. Permeado por uma força indescritível, muitas são as histórias que dão testemunho do que não pode ser meramente traduzido em palavras.
A caverna localiza-se na montanha Pandukholi, além da aldeia Kukuchina, a 25 km de Dwarahat. Está a uma altitude aproximada de 1500 m acima do nível do mar. O caminho montanhoso até a caverna foi recentemente renovado e levamos em média uma hora para percorrê-lo a pé, após cerca de uma hora de carro partindo do ashram.
O longo e serpenteado percurso que fazemos para chegar até ali… avião, trem, ônibus, caminhada… é amenizado — e mesmo esquecido — pela vontade, companheirismo e alegria de chegar a esse abençoado lugar, tirando de nós a garra para lá pisar, silenciar, escutar e simplesmente sentir o amor dos Mestres.

Atravessar tão longa distância física, desde o Brasil até as montanhas dos Himalaias, e chegar à caverna, representa a vitória das superações, imortalizando em nós o essencial. Santificada pela presença do Mahavatar BABAJI, que além de tempo concebível derrama a graça de suas bênçãos à humanidade, esse abençoado lugar projeta para o mundo a própria essência do Divino.
“Sempre que algum devoto pronunciar o nome de Babaji com reverência, — disse Lahiri Mahasaya — atrairá uma bênção espiritual instantânea.” (Autobiografia de um Iogue).
