Agra
Agra é parada fundamental em uma visita à Índia. A referência mais antiga a essa cidade está no Mahabharata, e os registros históricos a documentam desde meados do século XI. Até a época do Império Mogul ela era apenas uma pequena cidade, e foi no período de maior esplendor desse império que os seus principais monumentos foram construídos, entre os anos de 1526 e 1658. Como testemunhado por sua obra, os mogul eram construtores excepcionais.
O imperador mogul Shah Jehan tinha várias esposas, mas a mais amada era, sem dúvida, Arjumand Banu Begam. Tanto que ele passou a chamá-la de Mumtaz Mahal – “a eleita do palácio”. A relação afetuosa entre os dois teve um final abrupto com a sua morte, durante o parto de seu décimo quarto filho. Desolado, o poderoso imperador ordenou a construção de um enorme mausoléu para simbolizar o seu eterno amor.
Mais de 20 mil trabalhadores foram implicados na edificação do Taj Mahal – a coroa do lugar – e a sua construção durou mais de quinze anos. Para a execução dessa joia, materiais nobres foram trazidos para Agra de várias partes da Ásia, da África e da Europa.
“Em mármore branco, ofuscante sob o sol, é uma visão de pura simetria. Há um cenário perfeito de ciprestes escuros, gramados lustrosos e lagoa tranquila. O interior é primoroso, esculpido como se a pedra fosse rendada, e incrustado de pedras semipreciosas. Delicadas grinaldas e volutas emergem intricadamente de mármores em cores marrom e violeta. A iluminação provém da cúpula e recai sobre os cenotáfios do imperador Shah Jehan e de Mumtaz-i-Mahal, rainha de seu império e coração.”
Paramahansa Yogananda – Autobiografia de um Iogue
Conheceremos também a mais importante fortaleza mogul da Índia, o Forte de Agra. Construído sobre as ruínas de um antigo forte cuja data de origem não é clara, os livros de história o mencionam pela primeira vez por volta do ano 1000 d.C. Sua reconstrução mais atual foi feita justamente no período do Império Mogul, durante o reinado de Akbar, o Grande, entre 1565 e 1573. Akbar foi o avô de Shah Jehan.
No interior do forte, diversos pavilhões reais e mesquitas são entremeados por pátios e jardins. As edificações internas foram destruídas e reconstruídas com o passar dos anos – inclusive pelos britânicos, que a partir de 1803 demoliram diversas edificações internas para a formação de quarteis. O forte tem algumas características interessantes, como as paredes ocas, para refrescar a edificação durante o rigoroso verão.